terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Tragédia de Santa Maria logo será esquecida



Demorei um pouco, mas vou me pronunciar sobre a tragédia que matou 231 pessoas em Santa Maria (RS).  Todos estão procurando um culpado e eu acredito que exista dois: os órgãos governamentais que não fiscalizam as “coisas” corretamente e os empresários gananciosos que querem ganhar dinheiro a qualquer custo.

Digo as “coisas”, porque falo no geral. Falta fiscalização nos campos de futebol, nas boates, em algumas empresas, em tudo. Sempre há notícias falando de empresas sem alvará, isso e aquilo. É um assunto de bom-senso também. Se o empresário vai abrir uma casa noturna, tem que se prevenir. Como ouvi na Globo News: “essa tragédia é pior que uma guerra, pois a guerra não é previsível, mas isso sim.”

Há um ano, fui a um evento sertanejo em Rio Preto, que tinha mais gente do que o permitido no camarote. Pude perceber isso quando as pessoas começaram a dançar e o palco parecia balançar. Para conseguir buscar uma cerveja, era aquele tumulto. As pessoas se empurravam e eu por diversas vezes tive que falar: “calma gente, tem mulheres aqui e pessoas sendo espremidas”.
Confesso que fiquei com medo de cair. Quando freqüentei algumas casas noturnas da cidade, me questionei se acontecesse algum tumulto como as pessoas reagiriam. E não estou falando isso só pelo fato da tragédia. Diversas vezes conversei com amigos e falei e se acontecer algo, como sobreviveremos. Quem são meus amigos sabe do que estou falando.

O ministro da saúde, Alexandre Padilha informou que ainda há 118 vítimas internadas. Dentre elas, 75 estão em estado crítico e corre o risco de morte. Tomara que mais nada aconteça e que as famílias possam ser confortadas com as perdas. Muitos jovens com futuros brilhantes morreram nessa boate Kiss.

E o que mais me deixa triste é que esses erros são notórios e as irresponsabilidades são evidentes. No entanto, as apurações criminais, como são de costume no Brasil, serão esquecidas ou deixadas de lado. Espero estar errado, mas acredito que logo tudo será esquecido pelo governo e até mesmo por nós, meros cidadoas que não perdemos nenhum ente querido. Já as famílias gaúchas terão que conviver com essa dor para sempre.

Você se lembra das tragédias das chuvas no Rio de Janeiro? Então, até hoje algumas pessoas não receberam ajuda e pouca gente se importou com o fato de que milhões de reais, mais da metade tenha sido desviado. E os mesmo “governantes” que ficaram chocados com o drama carioca também ficaram com o gaúcho. A corrupção toma conta do Brasil e o “esquecimento” também.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Blog do Franklin Catan atinge mais de 90 mil visualizações



O Blog do Franklin Catan atingiu 90 mil visualizações em quatro anos de existência. A média de visitas diárias é de 100 pessoas, conseguindo duas mil visitas por mês. Esse número é muito gratificante para a minha pessoa e carreira. Comecei esse mero espaço após ouvir uma palestra de Luciano Alvarenga que dizia: “Quem não está na internet hoje, não existe”. Pensando dessa forma resolvi criar o blog. A primeira postagem foi um vídeo e uma reflexão sobre Ética e Moral, que ultrapassou duas mil visualizações.


Você pode conferir aqui:


Este blog já falou sobre tudo: esporte, sexo, homossexualismo, política, entre outros assuntos pertinentes. No entanto, procuro escrever de uma forma diferente com reflexão e colocando um pouco de humor, pois acredito que temos que “enxergar o lado bom de alguma coisa” e sendo assim, só com “brincadeira”.
Esse blog também já me rendeu muitos frutos. 

Em março de 2011, fui considerado pelo jornal Bom Dia de Rio Preto, uma das “Estrelas das Redes Sociais”. A matéria falava sobre o Twitter, Facebook e Blogger. Eu tive destaque no Blog, enquanto o jornalista Beck, no Twitter, e o cantor Seu Moço, no Facebook.


Nesse mesmo ano, fiquei em segundo lugar no Prêmio Top Blog Brasil, que premia os melhores blogs do País. O blog do Franklin Catan ficou ao lado de blogs como “Conversa Afiada”, do jornalista Paulo Henrique Amorim, do blog do senador Álvaro Dias. Além disso, o jornalista e apresentador Marcelo Tas também já ganhou o prêmio. Confira as fotos da premiação aqui:


Em 2012, mais uma vez fui indicado ao prêmio, no entanto, não tive o mesmo sucesso e acabei ficando entre os 30 melhores. Agora, sinceramente, estou muito feliz por ter atingindo esse número e prometo aos leitores que vou me dedicar ainda mais em 2013.

Obrigado e continuem lendo e dando sua opinião.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Lance Armstrong passou de herói para vilão!


Lance Armstrong, o maior ciclista do mundo, confessou em entrevista para americana Opraha Winfrey, exibida nesta quinta-feira nos Estados Unidos e em todo o mundo, que venceu os sete títulos da Volta da França, dopado.

Para ganhar e quebrar recordes da competição, o ex-ciclista fala que fez uso de eritropoetina (EPO).  A confissão foi feita em um sistema no qual a apresentadora fazia as perguntas e Armstrong respondia com “sim” ou “não”.

Armstrong também não acredita ser possível vence sete títulos da Volta da França, sem usar drogas “naquela cultura”.

“Tomei minhas próprias decisões. São meus erros. Estou aqui sentado para reconhecer isto e dizer que lamento”, diz o ex-ciclista, que também admitiu que sempre mentiu quando negou o uso de substâncias ilícitas e que cometeu excesso com outras pessoas, mas garantiu que jamais obrigou seus companheiros de equipe a fazer o uso dessas substâncias.

Ele conta ainda que nas edições de 2009 e 2010, ele competiu sem estar dopado. As provas marcaram seu retorno às competições francesas após se aposentar pela primeira vez em 2005.

O jornal americano USA Today também noticia que o ex-ciclista e seus representantes têm tido reuniões com a Agência Americana Antidoping (Usada) para acertar uma confissão minuciosa de esquema do qual ele fazia parte. Armstrong também que reduzir sua punição, pois ele foi banido do esporte.

A verdade é uma só. Armstrong foi um mau caráter e um péssimo exemplo para todos os atletas sem restrições de esportes. Em uma entrevista que eu fiz com saltador Mauro Vinícius, o Duda, ele me contou que na hora do exame é muita tensão e todos os atletas ficam com medo. Eu não acredito que Armstrong poderia ser tão frio e não passar nenhuma desconfiança para os fiscais do doping.

Se dopar para conseguir um título é falta de respeito com os seus concorrentes.  Isso também vale para os profissionais que mentem informações no seu currículo para conseguir uma vaga de emprego.

O que ele fez pode dar margens para outras pessoas se espelharem e entenderem que podem trapacear em tudo, até mesmo sabendo que pode prejudicar outra pessoa.

Então é importante fazermos algumas perguntas internas. Até que ponto vale trapacear para ganhar alguma coisa? Eu não posso vencer sem trapacear? Como ficará minha reputação caso alguém saiba da minha trapaça? Será que no futuro vou enxergar que fui um vencedor ou trapaceador? Qual exemplo eu quero dar para os próximos?

Em 10 de outubro passado, um relatório da Usada (Agência Antidoping dos Estados Umidos) apontou o envolvimento dele no "mais sofisticado, profissionalizado e bem sucedido programa de dopagem que o esporte já viu", envolvendo esteroides anabolizantes, hormônios do crescimento humano, transfusões de sangue e outras infrações. Dessa forma, Armstrong foi banido do esporte e passou de herói para vilão.

Ele poderia ter sido outro Jordan, Pelé, Muhammad Ali, entre outras lendas do esporte. Só que preferiu o caminho errado porque parecer ser mais fácil, entretanto, sempre mais perigoso.

A segunda parte da entrevista de Oprah Winfrey será veiculada nesta sexta-feira, no Discovery Channel, por volta da meia-noite.



Trabalhe duro e não desista dos seus sonhos!

Seria muito interessante que todos vissem esse vídeo.  Vamos trabalhar duro para as coisas acontecerem e, no meio do caminho, se aparecer algum obstáculo, pule! Nunca desista dos seus sonhos, pois lá no futuro terá uma recompensa.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Danilo Gentili prova mais uma vez ser um dos melhores humoristas.

Todo mundo diz que o Danilo Gentili é um xarope e arrogante, porém sua inteligência é indiscutível. Sempre o respeitei e acredito que ele é um dos humoristas mais talentosos da atualidade. Mas se vocês assistirem essa entrevista que ele deu para o Roberto Justus, verão que o humorista tem coração e sabe o que está falando. 

Esse negócio de politicamente correto, realmente, não está com nada. Sou jornalista e não gosto de me achar o cara das opiniões. Acredito que não sou correto em tudo e nem todos os jornalistas são. Então, vamos parar de criticar as pessoas ou as personalidades delas. 

Devido à entrevista, continuo com a minha ideia: eu não sou politicamente correto e nem preciso ser. Por volta dos 37 minutos, ele fala uma coisa muito interessante. “Não demore para arriscar, faça o que você goste de fazer, pois a vida é curta.” Para quem tem sonhos, é necessário arriscar. Já assiste a frase: “Quem não arrisca, na verdade está arriscando tudo”. 

Danilo, cresceu ainda mais no meu conceito. 

Obs: Eu vou colocar esse vídeo, pois foi o único que achei com a entrevista inteira. E o Justus não se irritou com o Danilo, apenas os dois tiveram um debate. Isso acontece em qualquer "discussão" na mesa de um bar. É para vocês verem como as pessoas não pensam na hora de escrever ou na hora de falar. Além disso, são maldosas e querem apenas denigrir a imagem de uma pessoa. 


 

Dilma reclama da internet. Boatos falam que ela quer tirar e causa revolta nos jovens

Está cada vez mais constante o boato de que a presidenta Dilma que tirar a internet popular. Isso causa revolta na população, principalmente nos jovens.

Esses boatos começam nas conversas entre os jovens, em bares e particularmente nas redes sociais. Na verdade é que a presidente reclamou, o ano passado, sobre a velocidade da nossa banda larga. Ela fala que
o Brasil tem que oferecer ao consumidor brasileiro a melhor internet que existe. Por isso, o Governo Federal poderá investir R$ 1 bilhão por ano até 2014.

O ministro das Comunicações, Paulo Bernado, fala que levou uma "bronca" e recebeu orientações para que o País avance nesse setor. “Ela acha que banda larga popularizada é fundamental, mas isso não basta. Existe mercado no Brasil para fazer internet com velocidade muito mais rápida, e com investimento poderemos baratear muito", diz.

Segundo o ministro, os investimentos serão preferencialmente privados, mas a presidenta autorizou investimentos públicos no setor. A presidenta já tinha orientado que a velocidade mínima a ser oferecida pelo Programa Nacional de Banda Larga deveria ser de 1 megabit por segundo a R$ 35 por mês, acima dos 600 quilobits por segundo que estava sendo negociado com as empresas. Agora, além da popularização da banda larga, Dilma quer melhorar a infraestrutura de rede do País, com o apoio da Telebras e da iniciativa privada.

No entanto, os boatos afirmam que a presidenta quer tirar a internet, o que deixou esse garotinho revoltado. Veja o vídeo abaixo:



quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Pense Comigo - Fim do Mundo

Em 2012, comecei com um PodCast diferente no meu blog, no qual, eu comento notícias e falo sobre temas do dia a dia de uma forma diferente, ou melhor, engraçada. Eu acabei esquecendo de colocar o "Pense Comigo - Fim do Mundo" aqui no meu blog assim que eu fiz. Por isso, peço desculpa pela demora, mas espero que vocês, leitores, gostem desse tema.

 

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Sol, um jornal diferente na década de 60



Dizem que para conhecer o presente e o futuro, temos que conhecer o passado. Com esse pensamento tive a ideia de assistir vários filmes e documentários todos os dias. Em setembro de 1967, nasce no Rio de Janeiro o jornal-escola “O Sol”, uma experiência que apesar de efêmera, seria única no jornalismo brasileiro.

Seu idealizador, o jornalista, poeta e artista plástico Reynaldo Jardim deu o pontapé inicial e lançou o desafio de juntar profissionais e estudantes numa redação para colocar diariamente um jornal de esquerda, nas bancas de revistas... “e encher de alegria e preguiça a vida dos cariocas”, conta Caetano Veloso.

A equipe de profissionais do novo jornal fizeram um concurso para selecionar 30 estudantes de História, Letras, Ciências Social e Comunicação. Na lista de aprovados, Sérgio Gramático, um estudante ousado e politizado que cursava o primeiro ano de jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro, e acredita que, para vencer na vida, nenhuma oportunidade poderia ser desperdiçada. (Recomendo conhecer um pouco mais da história de Gramático, grande jornalista), entre outros profissionais como Ruy Castro, Vladimir Palmeira, Ittala Nandi, etc.

O jornal, ou melhor, o Sol “brilhou” em um período em que o Brasil vivia o pós-golpe militar de 64, a tensão das passeatas estudantis, a efervescência dos festivais de música e o AI-5. “O Sol surgiu num momento extremamente importante não só no contexto nacional como internacional. Os anos 67 e 68 foram anos extremamente efervescentes e nós fizemos parte de uma juventude que não teve paralelo anterior nem posterior; uma juventude singular...”

Esse documentário de Tetê Moraes e Martha Alencar é fenomenal e recomendo as pessoas assistirem. Participaram do Jornal “O Sol”, pessoas como Chico Buarque, Caetano Veloso, Arnaldo Jabor, Zuenir Ventura, Ziraldo, Ana Arruda Callado, entre outros... Veja o site do filme: http://www.osolfilme.com/

O filme pode ser encontrado para downloads.  Assista o Trailer abaixo:




sábado, 12 de janeiro de 2013

1964: a tentativa de refundação

Saudades de 1964. - Ideologia| O instituto Millenium é a versão contemporânea, mas não moderna, dos golpistas do passado.   

por Leandro Fortes, na CartaCapital, reproduzido pelo site do IHU

Em 1º de março de 2010, uma reunião de milionários em luxuoso hotel de São Paulo foi festejada pela mídia nacional como o início de uma nova etapa na luta da civilização ocidental contra o ateísmo comunista e a subversão dos valores cristãos. Autodenominado 1º Fórum Democracia e Liberdade de Expressão, o evento teve como anfitriões três dos maiores grupos de mídia nacional: Roberto Civita, dono da Editora Abril, Otávio Frias Filho, da Folha de S.Paulo, e Roberto Irineu Marinho, da Globo.
O evento, que cobrou dos participantes uma taxa de 500 reais, foi uma das primeiras manifestações do Instituto Millenium, organização muito semelhante ao Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (Ipes), um dos fomentadores do golpe de 1964.
Como o Ipes de quase 50 anos atrás, o Millenium funda seus princípios na liberdade dos mercados e no medo do “avanço do comunismo”, hoje personificado nos movimentos bolivarianos de Hugo Chávez, Rafael Correa e Evo Morales. Muitos de seus integrantes atuais engrossaram as marchas da família nos anos 60 e sustentaram a ditadura. Outros tantos, mais jovens, construíram carreiras, principalmente na mídia, e ganharam dinheiro com um discurso tosco de criminalização da esquerda, dos movimentos sociais, de minorias e contra qualquer política social, do Bolsa Família às cotas nas universidades.
Há muitos comediantes no grupo.
No seminário de 2010, o “democrata” Arnaldo Jabor arrancou aplausos da plateia ao bradar: “A questão é como impedir politicamente o pensamento de uma velha esquerda que não deveria mais existir no mundo?” Isso, como? A resposta é tão clara como a pergunta: com um golpe. No mesmo evento brilhou Marcelo Madureira, do Casseta & Planeta. Como se verá ao longo deste texto, há um traço comum entre vários “especialistas” do Millenium: muitos se declaram ex-comunistas, ex-esquerdistas, em uma tentativa de provar que suas afirmações são fruto de uma experiência real e não da mais tacanha origem conservadora.
Madureira não foge à regra: “Sou forjado no pior partido político que o Brasil já teve”, anunciou o “arrependido”, em referência ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), o velho Partidão. Após a autoimolação, o piadista atacou, ao se referir ao governo do PT de então: “Eu conheço todos esses caras que estão no poder, eram os caras que não estudavam”. Eis o nível.
O símbolo do Millenium é um círculo de sigmas, a letra grega da bandeira integralista, aquela turma no Brasil que apoiou os nazistas. Jabor e Madureira estão perfilados em uma extensa lista de colaboradores no site da entidade, quase todos assíduos freqüentadores das páginas de opinião dos principais jornais e de programas na tevê e no rádio. Montado sob a tutela do suprassumo do pensamento conservador nacional e financiado por grandes empresas, o instituto vende a imagem de um refinado clube do pensamento liberal, uma cidadela contra a barbárie. Mas a crítica primária e o discurso em uníssono de seus integrantes têm pouco a oferecer além de uma narrativa obscura da política, da economia e da cultura nacional.
Replica, às vezes com contornos acadêmicos, as mesmas ideias que emanam do carcomido auditório do Clube Militar, espaço de recreação dos oficiais de pijama.
Meio empresa, meio quartel, o Millenium funciona sob uma impressionante estrutura hierárquica comandada e financiada por medalhões da indústria. Baseia-se na disseminação massiva de uma ideia central, o liberalismo econômico ortodoxo, e os conceitos de livre-mercado e propriedade privada. Tudo bem se fosse só isso. No fundo, o discurso liberal esconde um freqüente flerte com o moralismo udenista, o discurso golpista e a des qualificação do debate público.
Criado em 2005 com o curioso nome de “Instituto da Realidade”, transformou-se em Millenium em dezembro de 2009 após ser qualificado como Organização Social de Interesse Público (Oscip) pelo Ministério da Justiça. Bem a tempo de se integrar de corpo e alma à campanha de José Serra, do PSDB, nas eleições presidenciais de 2010. Em pouco tempo, aparelhado por um batalhão de “especialistas”, virou um bunker antiesquerda e principal irradiador do ódio de classe e do ressentimento eleitoral dedicado até hoje ao ex-presidente Lula.
O batalhão de “especialistas” conta com 180 profissionais de diversas áreas, entre eles, o jornalista José Nêumanne Pinto, o historiador Roberto DaMatta e o economista Rodrigo Constantino, autor do recém-lançado Privatize Já. A obra é um libelo privatizante feito sob encomenda para se contrapor ao livro A Privataría Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr., sobre as privatizações nos governos de Fernando Henrique Cardoso que beneficiaram Serra e seus familiares. E não há um único dos senhores envolvidos com as privatizações dos anos 1990 que hoje não nade em dinheiro.
Os “especialistas” são todos, curiosamente, brancos. Talvez por conta da adesão furiosa da agremiação aos manifestantes anticotas raciais. A tropa é comandada pelo jornalista Eurípedes Alcântara, diretor de redação da revista Veja, publicação onde, semanalmente, o Millenium vê seus evangelhos e autos de fé renovados. Alcântara é um dos dois titulares do Conselho Editorial da entidade. O outro é Antonio Carlos Pereira, editorialista de O Estado de S. Paulo.
Alcântara e Pereira não são presenças aleatórias, tampouco foram nomeados por filtros da meritocracia, conceito caríssimo ao instituto. A dupla de jornalistas representa dois dos quatro conglomerados de mídia que formam a bússola ideológica da entidade, a Editora Abril e o Grupo Estado. Os demais são as Organizações Globo e a Rede Brasil Sul (RBS).
O Millenium possui uma direção administrativa formada por dez integrantes, entre os quais destaca-se a diretora-executiva Priscila Barbosa Pereira Pinto. Embora seja a principal executiva de um instituto que tem entre suas maiores bandeiras a defesa da liberdade de imprensa e de expressão — e à livre circulação de ideias Priscila Pinto não se mostrou muito disposta a fornecer informações aCartaCapital. A executiva recusou-se a explicar o formidável organograma que inclui uma enorme gama de empresas e empresários.
Entre os “mantenedores e parceiros”, responsáveis pelo suporte financeiro do instituto, estão empresas como à Gerdau, a Localiza (maior locadora de veículos do País) e a Statoil, companhia norueguesa de petróleo. No “grupo máster” aparece a Suzano, gigante nacional de produção de papel e celulose. No chamado “grupo de apoio” estão a RBS, o Estadão e o Grupo Meio & Mensagem.
Há ainda uma lista de 25 doadores permanentes, entre os quais, se incluem o vice-presidente das Organizações Globo, João Roberto Marinho, o ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga e o presidente da Coteminas, Josué Gomes da Silva, filho do falecido empresário José Alencar da Silva, vice-presidente da República nos dois mandatos de Lula. O organograma do clube da reação possui também uma “câmara de fundadores e curadores” (22 integrantes, entre eles o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco e o jornalista Pedro Bial), uma “câmara de mantenedores” (14 pessoas) e uma “câmara de instituições” com nove membros. Gente demais para uma simples instituição sem fins lucrativos.
Uma das atividades fundamentais é a cooptação, via concessão de bolsas de estudo no exterior, de jovens jornalistas brasileiros. Esse trabalho não é feito diretamente pelo instituto, mas por um de seus agregados, o Instituto Ling,mantido pelo empresário William Ling, dono da Petropar, gigante do setor de petroquímicos. Endereçado a profissionais com idades entre 24 e 30 anos, o programa “Jornalista de Visão” concede bolsas de mestrado ou especialização em universidades dos Estados Unidos e da Europa a funcionários dos grupos de mídia ligados ao Millenium.
Em 2010, quando o programa se iniciou, cinco jornalistas foram escolhidos, um de cada representante da mídia vinculada ao Millenium: Época (Globo), Veja (Abril), O Estado de S. PauloFolha de S.Paulo e Zero Hora (RBS). Em 2011, à exceção de um repórter do jornal A Tarde, da Bahia, o critério de escolha se manteve. Os agraciados foram da Época (2), Estadão (1), Folha (2), Zero Hora(1) e revista Galileu (1), da Editora Globo. Neste ano foram contemplados três jornalistas do Estadão, dois da Folha, um da rádio CBN (Globo), um da Veja, um do jornal O Globo e um da revista Capital Aberto, especializada em mercado de capitais.
Para ser escolhido, segundo as diretrizes apresentadas pelo Instituto Ling, o interessado não deve ser filiado a partidos políticos e demonstrar “capacidade de liderança, independência e espírito crítico”. Os aprovados são apresentados durante um café da manhã na entidade, na primeira semana de agosto, e são obrigados a fazer uma espécie de juramento: prometer trabalhar “pelo fortalecimento da imprensa no Brasil, defendendo os valores de independência, democracia, economia de mercado, Estado de Direito e liberdade”.
O Millenium investe ainda em palestras, lançamentos de livros e debates abertos ao público, quase sempre voltados para assuntos econômicos e para a discussão tão obsessiva quanto inútil sobre liberdade de imprensa e liberdade de expressão. Todo ano, por exemplo, o Millenium promove o “Dia da Liberdade de Impostos” e organiza os debates “Democracia e Liberdade de Expressão”. Entre os astros especialmente convidados para esses eventos estão Marcelo Tas, da Band, e Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo, ambos de Veja. Humoristas jornalistas. Ou vice-versa.
O que toda essa gente faz e quanto cada um doa individualmente é mantido em segredo. Apesar da insistência de CartaCapital, a diretora-executiva Priscila Pinto mandou informar, via assessoria de imprensa, que não iria fornecer as informações requisitadas pela reportagem. Limitou-se a enviar nota oficial com um resumo da longa apresentação reproduzida na página eletrônica do Millenium sobre a missão do instituto. Entre eles, listado na rubrica “código de valores”, consta a premissa da transparência, voltada para “possibilidade de fiscalização pela sociedade civil e imprensa”. Valores, como se vê, bem flexíveis.
Josué Gomes e Gerdau também não atenderam aos pedidos de entrevista. O silêncio impede, no caso do primeiro, que se entenda o motivo de ele contribuir com um instituto cuja maioria dos integrantes sistematicamente atacou o governo do qual seu pai não só participou como foi um dos mais firmes defensores. E se ele é contra, por exemplo, a redução dos juros brasileiros a níveis civilizados. O industrial José Alencar passou os oito anos no governo a reclamar das taxas cobradas no Brasil. A turma do Millenium, ao contrário, brada contra o “intervencionismo estatal” na queda de braço entre o Palácio do Planalto e os bancos pela queda nos spreads cobrados dos consumidores finais.
No caso de Gerdau, seria interessante saber se o empresário, integrante da câmara de gestão federal, concorda com a tese de que a tentativa de redução no preço de energia é uma “intervenção descabida” do Estado, tese defendida pelo instituto que ele financia. Gerdau e Josué se perfilam, de forma consciente ou não, ao Movimento Endireita Brasil,defensor de teses esdrúxulas como a de que os militares golpistas de 1964 eram todos de esquerda.
O que há de transparência no Millenium não vem do espírito democrático de seus diretores, mas de uma obrigação legal comum a todas as ONGs certificadas pelo Ministério da Justiça. Essas entidades são obrigadas a disponibilizar ao público os dados administrativos e informações contábeis atualizadas. A direção do instituto se negou a informar à revista os valores pagos individualmente pelos doadores, assim como não quis discriminar o tamanho dos aportes financeiros feitos pelas empresas associadas.
A contabilidade disponível no Ministério da Justiça, contudo, revela a pujança da receita da entidade, uma média de 1 milhão de reais nos últimos dois anos. Em três anos de funcionamento auditados pelo governo (2009, 2010 e 2011), o Millenium deu prejuízos em dois deles.

Em 2009, quando foi certificado pelo Ministério da Justiça, o instituto conseguiu arrecadar 595,2 mil reais, 51% dos quais oriundos de doadores pessoas físicas e os demais 49% de recursos vindos de empresas privadas.
Havia então quatro funcionários remunerados, embora a direção do Millenium não revele quem sejam, nem muito menos quanto recebem do instituto. Naquele ano, a entidade fechou as contas com prejuízo de 8,9 mil reais.

Em 2010, graças à adesão maciça de empresários e doadores antipetistas em geral, a arrecadação do Millenium praticamente dobrou. A receita no ano eleitoral foi de 1 milhão de reais, dos quais 65% vieram de doações de empresas privadas. O número de funcionários remunerados quase dobrou, de quatro para sete, e as contas fecharam no azul, com superávit de 153,9 mil reais.
Segundo as informações referentes ao exercício de 2011, a arrecadação do Millenium caiu pouco (951,9 mil reais) e se manteve na mesma relação porcentual de doadores (65% de empresas privadas, 35% de doações de pessoas físicas). O problema foi fechar as contas. No ano passado, a entidade amargou um prejuízo de 76,6 mil reais, mixaria para o volume de recursos reunidos em torno dos patrocinadores e mantenedores. Apenas com verbas publicitárias repassadas pelo governo federal, a turma midiática do Millenium faturou no ano passado 112,7 milhões de reais.


A inspiração
O Ipes e o Ibad reuniram a fina flor da reação ao governo João Goulart e foram a base dos movimentos que lançaram o Brasil em 21 anos de escuridão e atraso

As duas fontes de inspiração do Millenium datam do fim dos anos 1950, início dos 60.
Fundado em 1959, o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (Ibad) foi criado por anticomunistas financiados pela Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos, a CIA, como o primeiro núcleo organizado do golpismo de direita nacional.
0 Ibad serviu de inspiração para a instalação, dois anos depois, do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (Ipes), responsável pelo aparato midiático e propagandístico que viabilizou o golpe de 1964.

Tanto o Ibad quanto o Ipes serviram, como o Millenium, para organizar um fórum multidisciplinar, com forte financiamento empresarial, calcado no anticomunismo e na ideia de que o Brasil, como o mundo, estava prestes a cair na mão dos subversivos.
À época os alvos eram João Goulart, Fidel Castro e Cuba.
Os institutos serviram ainda como central de financiamento, produção e difusão de programas de rádio, televisão e textos reproduzidos em jornais por todo o País. 0 material era anticomunista até a raiz e, como hoje, tinha como objetivo disseminar o medo entre a população e angariar simpatia para os golpistas, anunciados como salvadores da pátria ameaçada pelos ateus e baderneiros socialistas.
Em 1962, a farra de dinheiro em torno do Ibad, sobretudo recursos vindos do exterior, começou a irrigar campanhas eleitorais e obrigou o Congresso Nacional a tomar uma atitude. Um ano depois, uma CPI foi instalada na Câmara dos Deputados para investigar a origem do financiamento. Apesar de boa parte da documentação do instituto ter sido queimada antes da ação policial, ainda assim foi possível constatar um sem-número de doações iiegais captadas pela entidade, principalmente  de empresas norte-americanas.
Em 1963, com base nas conclusões da CPI, o presidente João Goulart conseguiu dissolver o Ibad, mas era tarde demais.

Na cola de Jango continuava o Ipes, fincado na zona central do Rio de Janeiro, como o Millenium. Enquanto o Ibad se desfazia, o Ipes, presidido pelo general Golbery do Couto e Silva, conseguiu integrar os movimentos sociais ligados à direita e estendeu seus tentáculos até São Paulo. Golbery agregou à entidade mais de 300 empresas financiadoras, inclusive alguns dos gigantes econômicos da época, como a Refinaria União, a companhia energética Light, a companhia aérea Cruzeiro do Sul e as Listas Telefônicas Brasileiras.
Assim como o Millenium, o Ipes reunia empresários, jornalistas, intelectuais e políticos, principalmente da conservadora UDN. Durante a ditadura, o instituto ficou responsável pela produção de documentários ufanistas. Fechou as portas em 1972, quando os generais da linha-dura decidiram que não precisavam mais de linhas auxiliares para manter o regime de pé.

Leia também:
Beatriz Kushnir: Quem eram os cães de guarda
Beatriz Kushnir: Como a mídia colaborou com a ditadura
Alípio Freire: Um poeta da resistência
Alípio Freire: A herança da ditadura cívico-militar

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

#FicaDica - Livro: "A viagem ao seucesso"...

Vou começar uma nova meta para 2013 que é: ler dois livros por semana e assistir um filme por dia.


O primeiro livro que li foi “A Viagem ao Sucesso – lições de um vendedor que ficou milionário”, de Pedro Cardoso, editado pela Ed. Gente.

Para o autor, o sucesso é como uma viagem, porém o problema é que muitas pessoas desistem dela no meio do caminho. Outras se perdem nos atalhos. Pessoas que buscam o sucesso, seja empresarial, profissional ou pessoal, precisam entender que os caminhos que levam à realização dos seus sonhos têm seus segredos.

Neste livro, você descobrirá quais são as falhas mais comuns de pessoas que buscam o sucesso e aprenderá a não cair nesses erros. Desenvolverá atitudes que o levarão a realizar seus sonhos. Perceberá a importância de se tornar um líder e, principalmente, saberá como ser um, capaz de conduzir outras pessoas a alcançarem também o sucesso.

Cardoso, realmente é um mestre e foi devido à leitura desse livro que vou começar com essa Meta, que acredito ter recompensas no futuro.

No livro existem várias frases e trechos que eu anotei sendo importantes. Para quem gosta de livro de autoajuda acho que será bem proveitoso.

Boa leitura...

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Guardiola fez papel de criança na cerimônia da Fifa


O argentino Lionel Messi, 25 anos, mais uma vez, foi eleito o melhor jogador do mundo, no último dia 7, na Suíça. O Prêmio de Bola de Ouro da FIFA para o baixinho argentino é incontestável. Acredito que será muito difícil bater essa façanha.

Só o que chamou minha atenção, foi a atitude do treinador Pep Guardiola (ex-técnico do Barcelona) que não cumprimentou o jogador português Cristiano Ronaldo (CR7), do Real Madrid e um dos seus desafetos na Liga Espanhola.

Na minha humilde opinião, Guardiola não agiu como esportista de verdade. Fez um papel ridículo e ainda desdenho do português.

Por mais que tenha se desentendido dentro de campo, se recusar a cumprimentar o erval, em evento público, é triste e papel de criança.

“Pra mim”, Cristiano Ronaldo também é um gênio, está no nível de Messi e, inclusive, poderia ter ganhado esse ano, já que foi mais vencedor do que o argentino. Lionel só fez os 91 gols. “Podem perguntar: Só Franklin?” É... Só!

Eu gosto do futebol do português. Chuva com a mesma precisão. Também dá dribles desconcertantes e também merece ganhar. Aliás, já estava na hora de dar esse prêmio novamente para CR7, que ganhou em 2008.

O português pode ser marrento, mas já vi entrevistas onde ele é muito querido no seu País e dizem que ajuda muitas pessoas. Dentro do campo as pessoas podem falar mal, afinal, todos querem ganhar. Mas fora dele, temos que ser profissionais e acima de tudo: respeitar um ao outro.

Resumindo: Pep perde pontos comigo e não quero mais ele na seleção brasileira.

Para você ver a cena, é só ir até os 4min15s do vídeo abaixo. E comente o que você achou da atitude de Pep Guardiola.