- “Qual é o seu nome?”, e o velho responde: - “Meu nome é Dois Mil e Nove; e vocês, o que fazem aqui, tão longe de tudo, postados nessa longa fila?”
E o primeiro da fila logo se põe a dizer: - “Nós somos os Anos Seguintes. Eu por exemplo, me chamo Dois Mil e Dez, aquele ali é o Dois Mil e Onze, depois vem o Dois Mil e Doze, aquele, um pouco mais longe, é o Dois Mil e Treze, e assim segue... Vivemos numa espera, em ordem cronológica, cada um aguardando sua vez...
O velho ficou surpreso: - “Que bom encontra-los! Eu também já fui um de vocês! Eu vivia esperando chegar a minha vez, cheio de sonhos e planos bons para a humanidade; eu até que tentei, levei inovações, descobertas, desvendei mistérios, novas experiências científicas, novas técnicas na saúde, e muito mais, porém, eu percebia que faltavam algumas coisas... Faltava diálogo, faltava calor humano, e cada vez mais faltava verdade e união, por isso, eu gostaria de alerta-los, ouçam a voz da experiência: quando chegar a vez de cada um de vocês, levem sorrisos, levem carinho, levem compreensão, levem fim aos conflitos, levem a paz para dentro de cada coração que estiver batendo no Planeta Terra, afinal, nosso tempo é curto, são só 365 dias de atuação para cada um de nós... E renovam-se as esperanças...!”
Os jovens acabam de ouvir tudo, mas consideram essas palavras “já ultrapassadas”, pois estão mais preocupados em chegar logo a vez de cada um. Algum deles fala: - “O importante é levar um ano de muito progresso”.
Outro retruca: - “Eu serei lembrado como o Ano de maior modernidade de computadores...”
Um outro vem dizendo: - “Eu vou encher o mundo de novas tecnologias...”
E assim por diante... cada um com seu plano para Anos Vindouros...
E o velhinho retoma sua caminhada... e quando já está quase sumindo entre a névoa, um dos jovens se despede ao gritar: - “Adeus Ano Velho!”...
E o velhinho, lá de longe, responde: - “Felizes Anos Novos!”...
E vai cantarolando uma antiga canção, que dizia mais ou menos assim: ...“Esses moços, pobres moços... ah, se soubessem o que eu sei...”
Obs: Esse texto é do meu amigo João Alfredo que é colunista da Revista Country Fever.