terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Pense Comigo - Palocci e Mensalão


Quero inaugurar hoje, uma nova coluna no meu blog, ou melhor, um Podcast com o título: "Pense Comigo, com Franklin Catan". De uma forma divertida comentarei alguns assuntos da semana.
Por favor, não reparem nos defeitos e entonações nesse primeiro. Fico aguardando o respaldo para saber se vocês gostaram.


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O dia de um corintiano apaixonado



Com muito sono, mas muito sono consegui assistir o jogo do Corinthians ontem, contra o Chelsea. Varei a noite por conta do CarnaPeão, que aconteceu em Rio Preto. E, em uma partida duríssima, o Corinthians, guerreiro de Guerrero, venceu a equipe inglesa, por um a zero, e conquistou o segundo título mundial de sua história. “Para nossaaaaa alegriaaaaaaaaaaaaaaaaa”.

Que jeito que você consegue dormir com as belíssimas defesas de Cássio, o rei da grande área. Jogando com a alma e o coração de seus jogadores, empurrados pela alucinada Fiel Torcida, que apresentou ao mundo o amor incondicional por um clube de futebol. Tanto é que, no final da partira os jogadores do Chelsea se renderam aos gritos dos corintianos.

Emocionante! Arrepiante! Inesquecível são as palavras que define essa conquista. É emocionante ver o amor da torcida. Fiquei sabendo que algumas pessoa venderam carros ou fizeram de tudo para ir ao Japão acompanhar o Timão. Não é incrível?

Tivemos uma primeira etapa absolutamente equilibrada, digna de uma final de mundial, com destaque para goleiro Cassio que, com grandes defesas, conseguiu parar o ataque do Chelsea.
A primeira aconteceu aos 10 minutos, em batida de Cahill, na pequena área, após falha da defesa alvinegra. E confesso, gritei alto quando ele fez a defesa.

O Corinthians, desde o início, buscava equilibrar as ações dentro de campo. Os jogadores corriam mais do que conseguiam. Podia ser visto em Guerreira, que estava com infiltrações no joelho, devido à uma lesão, mesmo assim lutava para fazer jus ao nome. Tanto é que fez o gol.

Sheik foi fominha aos 17 minutos, e não passou a bola para Guerreira, que estava sozinho na área, perdendo a chance de abrir o marcador. Confesso que nessa hora eu xinguei muito o Emerson, que também é outro guerreiro dentro de campo.

O momento era bom para o Timão. Aos 28 anos minutos, Guerreiro deixou Sheik na cara do gol, mas ele, de primeira, bateu muito alto. (Pulei do sofá)...

E a zaga? O Paulo André mostrou mais uma vez que é o zagueiro inteligente. Quando não saia com maestria com a bola, o 'chutão comia solto'. Chicão também, era um pequeno gigante zagueiro perto dos atacantes altos do time inglês.

O goleiro Cássio, inspirado, fez uma defesa espetacular, de mão trocada, aos 39 minutos, em um chute do nigeriano Moses. Que defesa... “Vibreiiiiiii Cássioooooooo”.

Logo em poucos minutos, o nosso salvador Cássio, defendeu mais um chute difícil de Mata.

O equilíbrio permaneceu na segunda etapa, em que as equipes lutavam muito por cada palmo existente no gramado.

Aos 8 minutos, a primeira oportunidade veio com os ingleses, mas Cássio, impediu a batida de Hazard, que ficou um pouco apagado no jogo – não sei o que houve, mas não era o jogador que estou acostumado a assistir.

A na hora do gol. Paulinho fez grande jogada, fintou dois jogadores. Nesse momento, eu gritava “chuta, chuta, chutaaaaaaaaa caralh%$##....” ...e na entrada da área, deixou para Danilo, o nosso ZiDanilo que bateu, a bola prensou na defesa e sobrou para ele, o Guerreiro, de cabeça, levar a Fiel à loucura e fazer com que eu acordasse a minha mãe. “Gooooooooooollllllllllllll”....

Depois do gol, o Corinthians passou a se desdobrar ainda mais no gramado – como se possível – e a equipe inglesa não acreditava no que via. Era chutão e mais chutões, nada passava pela zaga corintiana.

Agora, o Corinthians é sofrido, não posso deixar de esquecer o chute a queima roupa de Fernande Torres, que Cássio, espetáculo, no desespero acabou defendendo. E, quando aos 46 minutos, na única falha do goleiro corintiano, o espanhol completou para as redes, de cabeça, mas estava impedido. Nossa, como eu gritava!!!!

Emocionante, vibrante, os guerreiros de Tite, emocionaram o Japão e o Mundo. 

O que me restou? Foi comemorar e, depois, dormir na prova da segunda-fase da Unesp. Tudo bem, não importa, aqui é 'Curinthians' e somos Campeões Mundial.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Documentário "Guerra contra a Democracia" - (War on Democracy-2007)




Um belo documentário sobre a Democracia. Uma verdadeira aula de jornalismo.


Jornalista não é trabalhador. Ou pensa que não é

De tempos em tempos, nós – jornalistas – somos surpreendidos com notícias de demissões coletivas em veículos de comunicação. Atos que foram batizados carinhosamente de “passaralhos” (imaginem o porquê). Não vou discutir as razões que levam à dispensa de colegas de profissão – os motivos dos “ajustes” vão desde a justa necessidade de sobrevivência do próprio veículo (fazer bom jornalismo pode ser caro) à maximização de lucros da empresa. Então, para não ser leviano, precisam ser analisadas caso a caso. Vou me ater ao outro lado do balcão, ou seja, como reagimos a isso. Até porque, após a atual leva de demissões, não fiquei sabendo de nenhum ato de solidariedade aos demitidos. Talvez pelo medo de também perder o emprego, talvez pela sensação de impotência que resulta da lenta e contínua acomodação, talvez por algo maior que isso.
Trago aqui uma discussão já travada com os leitores. Nós, jornalistas, muitas vezes não nos reconhecemos como classe trabalhadora. Devido às peculiaridades da profissão, desenvolvemos laços com o poder e convivemos em seus espaços sociais e culturais, seduzidos por ele ou enganados por nós mesmos. Só percebemos que essa situação não é real e que também somos operários, transformando fato em notícia, quando nossos serviços não são mais necessários em determinado lugar.
Ou, às vezes, nem isso. Já vi colegas se culparem por terem sido demitidos sem justa causa no melhor estilo “perdoa-me por me traíres” de Nelson Rodrigues. “Deveria ter virado mais madrugadas na redação”, “deveria ter me oferecido para trabalhar em todos os finais de semana”, “não deveria ter corrigido o português ruim do meu chefe”…
Fazer protestos por melhores condições, que incluem uma certa estabilidade para reportar sem temer o que se escreve? Imagina! É coisa de caixa de banco, de operário sujo de graxa ou de condutor de trem que atrasam nossa vida e geram congestionamentos na cidade. Ou de inglês, francês e italiano que têm a vida ganha e mamam no Estado. Enquanto isso, quem tem consciência de que é um trabalhador e reivindica coletivamente, como muitos bancários, metalúrgicos e metroviários, tem mais chances de obter o que acha justo.
Quando vejo algumas coberturas jornalísticas mal feitas de protestos e greves fico pensando como pessoas que não conseguem se reconhecer como classe trabalhadora podem entender as reivindicações de trabalhadores. O fato é que não somos observadores externos e nem podemos ser. Somos parte desse tecido social, desempenhamos uma função, somos parte da engrenagem, gostemos ou não.
Muitos não se perguntam de onde vem o dissídio. Como uma criança que acha que o leite vem do mercado, pensamos que o reajuste vem do nada, sem ter sido fruto de muito diálogo entre capital e trabalho. Não é irônico que os profissionais que informam sobre e analisam a democracia diariamente não exerçam sua “cidadania profissional”?
A vida de jornalista, deixando de lado o falso glamour, não é fácil. Ainda mais para aqueles que são patrões de si mesmo, não por decisão própria (para empreender algo, por exemplo), mas porque foram empurrados para isso.
Sempre gostei do poema do dramaturgo alemão Bertolt Brecht que tratava da indiferença:
“Primeiro levaram os comunistas,/Mas eu não me importei/Porque não era nada comigo./Em seguida levaram alguns operários,/Mas a mim não me afetou/Porque eu não sou operário./Depois prenderam os sindicalistas,/Mas eu não me incomodei/Porque nunca fui sindicalista./Logo a seguir chegou a vez/De alguns padres,/ Mas como nunca fui religioso,/também não liguei./Agora levaram a mim/E quando percebi,/Já era tarde.”
Andaram pela mesma linha Maiakovski e Niemöller, escrevendo sobre o não fazer nada diante da injustiça para com o outro, até que, enfim, o observador passivo se torna a vítima. Hoje, não é comigo, então que se danem os outros. E quando chegar o amanhã e vierem bater à sua porta?
Ou, lembrando John Donne, poeta inglês, citado em “Por Quem os Sinos Dobram”, de Ernest Hemingway, ao defender que a morte de qualquer homem me diminui, pois sou parte da humanidade: nunca procure saber por quem os sinos dobram. Pois eles dobram por ti.

Por Leonardo Sakamoto

Spicy Carmem Entrevista 3




Mais um vídeo da Festa Carmem, que ainda não tinha sido publicado aqui. Mais um vídeo da Festa Carmem, que ainda não tinha sido publicado aqui.

 Só tenho que agradecer todos os organizadores desse evento, considerado uma das maiores festa a fantasia do Estado de São Paulo. Obrigado Fred Tonelli (Alianza Eventos) e todos que acreditaram no meu trabalho.


 Obs: a festa aconteceu no dia 11 de agosto de 2012.

Distúrbio 98 - 01/12/2012

Distúrbio 98, do dia primeiro de dezembro. Escutem que está demais...

Distúrbio 98 - 08-12-2012

Mais um programa Distúrbio 98. Esse é do dia 08/12/2012. Está sensacional.

domingo, 2 de dezembro de 2012

O TCC sobre o Bolsa Família: uma aula de jornalismo



Autor: 
Na sexta participei de uma banca de TCC(Trabalho de Conclusão de Curso) da Faculdade Metodista de Jornalismo. Trabalho excepcional da moçada sobre o Bolsa Família, tanto no vídeo de 25 minutos quanto no trabalho escrito, abordando vários aspectos do programa e da discussão política sobre ele.
A equipe responsável foi composta dos alunos Bruno Martins, Carlos Simalha, Cintia Alves, Deborah Scarone, Estele Kim, Gessica Cruz e Rafael Rodrigues, sob orientação do professor Valdir Aparecido Boffetti e Verônica Aravena Cortes.
O mais relevante, no entanto, é o documentário focado em senhoras beneficiárias do Bolsa Família, mostrando seu dia-a-dia, os problemas que enfrentam para atender às condicionantes do programa. Mais que isso, mostrando de maneira crua o que é a vida de um miserável.
Mostra a senhora, mãe de sete filhos, que acolhe a vizinha, mãe de quatro, em um quartinho, em uma comovente demonstração de solidariedade. Mostra geladeiras vazias, a vergonha da pobreza, a esperança com o futuro, os problemas para cumprir as condicionalidades do programa, o filho que não mais frequenta a escola por vergonha de suas roupas, a economia para comprar uma camiseta para a filha pequena.
A revolução na gestão das empresas brasileiras teve início quando o foco de toda a ação passou a ser o consumidor. As empresas se debruçaram para conhecer sua clientela, para analisar de que maneira seus serviços eram recebidos e percebidos e, a partir daí, focar seus planos de melhoria.
O mesmo deve ocorrer em qualquer política pública: a análise do que acontece na ponta. E é isso o que o vídeo mostra de maneira exemplar.
A exposição do mundo real é temperada com entrevistas com especialistas, de André Singer a Floriano Pesaro - o vereador tucano que teve a melhor professora do país sobre políticas sociais, dona Ruth, e parece não ter aprendido muito com ela.
Confira alguns dos mitos desmontados pelo vídeo.
A cobrança de contrapartidas
Floriano aparece dizendo que a crítica dele é quanto à falta de acompanhamento das condicionantes do programa. Na sequencia, a entrevista de duas senhoras contando que perderam parte do BF pelo fato dos filhos terem abandonado a escola.
Quais os motivos? Em um caso, vergonha do filho de ser pobre, de ir mal vestido e ser alvo da zombaria dos colegas. Em outro, falta de roupa de frio, impedindo sua saída de casa em dias de muito frio. Há o caso de uma mãe que paga 70 reais por mês para a condução que leva a filha à escola.
Em outro contraponto muito bem feito, Floriano diz que o objetivo do programa não pode ser o de meramente transferir dinheiro indefinidamente para as famílias, mas de fortalecer a livre iniciativa, a economia, o mercado. Em seguida, a mãe de família miserável, de sete filhos, dizendo que o objetivo de governo deve ser "olhar para nós".
Faltou no projeto uma análise melhor sobre a miséria absoluta, a fome absoluta, a partir dos próprios estudos de Josué de Castro. A partir dessas análises se poderá avaliar melhor o enorme significado de tirar alguém dessa situação.
O foco do BF e a falácia do mundo ideal
Assim como Pesaro, o trabalho (escrito) apresentou as críticas inconsistentes ao programa, por parte de frei Betto e do ex-Ministro Cristovam Buarque, grandes praticantes da chamada falácia do mundo ideal.
Como funciona? Apresenta-se um objetivo extraordinário, ambiciosíssimo, com chance zero de sair do papel, para se contrapor a um trabalho que, mesmo com resultados excepcionais, jamais conseguirá chegar perto desse mundo de fantasias. O objetivo é mostrar ao mundo como o autor da fantasia é muito mais solidário com a pobreza, e muito mais ambiciosos nos seus objetivos do que esses reles mortais sem virtude e sem ambição.
O trabalho levanta entrevistas de Betto dizendo que o Fome Zero tiraria todo mundo da miséria e colocaria no mercado produtivo em dois anos. Para tanto, articularia programas de horta comunitária, reforma agrária (seria interessante saber como seria a reforma agrária na periferia das grandes cidades, foco maior da miséria), alfabetização, recursos hídricos, cooperativismo, capacitação profissional.... O Fome Zero não conseguiu organizar sequer a distribuição de alimentos e roupas que chegaram até ele no grande mutirão social que a eleição de Lula deflagrou.
O modelo engendrado por Patrus Ananias é eficiente justamente devido à sua simnplicidade  e abrangência. O objetivo do Bolsa Família é cadastrar todos os miseráveis e garantir um recurso mínimo para tirá-los da fome absoluta, condicionados a dois pontos: filho grande na escola, recém-nascido no posto de saúde. Nunca se pretendeu salvar a atual geração de miseráveis, porque impossível. Nem colocá-los no mercado de trabalho da noite para o dia, porque inexequível. O objetivo é simplesmente o de lhes fornecer uma migalha de cidadania, para tirá-los dessa doença social, da miséria absoluta. E, em cima dessa base, posteriormente, articular outras políticas sociais.
A porta de saída
Outro mito que se desmonta - a partir dos depoimentos colhidos - é a tal da porta de saída. Conta-se uma caso de senhora bem sucedida, que foi acolhida pelo Bolsa Família, depois tornou-se empreendedora de uma cooperativa de costureiras em Osasco.
Mas só conseguiu isso porque na ponta, em Osasco, houve um trabalho social relevante, ajudando a organizar as senhoras para a tal porta de saída. Ou seja, a porta de saída depende fundamentalmente das ações das prefeituras na ponta.
A partir daí, há espaço para uma crítica consistente ao Bolsa Família. De que maneira estão amarrando, com as prefeituras, programas de inclusão social, de inclusão no mercado de trabalho? De que maneira outros programas sociais do governo, de transferência de recursos para prefeituras, podem ser articulados com o BF, à medida em que o principal já se tem: o cadastro e acompanhamento das famílias assistidas?