John Lennon um dia escreveu: “... Sei que me consideram maluco... Pode ser que eu seja meio extravagante e que eles estejam certos, mas sou feliz, e estou no meu juízo perfeito”. E ele mesmo num momento de sonho deixou: “... Imagine todo mundo vivendo em paz, você pode me chamar de sonhador, mas não sou o único...” Eu pergunto: Em qual desses dois pensamentos John pode ser considerado louco?? E quase como uma resposta interplanetária contemporânea irônica (?!?!) o maluco-beleza Raul Seixas cantou: “Dizem que sou louco por pensar assim... mais louco é quem me diz... e não é feliz...” Raul é o mesmo que mais tarde faria um verdadeiro hino de otimismo quando alerta: “... Não desista nunca... Tente outra vez...” Nova pergunta: Em qual dessas canções Raul pode ser considerado louco??
Em meados dos anos 70, o refrão mais tocado nas paradas gritava: “... Tá todo mundo louco, oba, tá todo mundo louco, oba!...” e ainda: “... Salvem os loucos, salvem os loucos... nova opção pra quem não viu razão pra ser normal...” e uma frase de pura inteligência, dizia: “... Pare o mundo que eu quero descer...” O autor dessas obras eternamente modernas é Silvio Brito, na época um jovem de jeito e roupas alternativos, de cabelos compridos e idéias consideradas um tanto quanto lunáticas para aqueles anos. Tempos depois o mesmo cantou: “... Felicidade começa com fé...” Arrisque responder em quais desses momentos Silvio Brito pode ser considerado louco??
Veja só, até o iluminado médium Chico Xavier que com suas palavras psicografadas já confortou milhares de corações aflitos, em recente filme de sua biografia fica nítido que desde jovem sofreu injustiças e desconfianças por ser considerado por alguns, como uma pessoa no mínimo “diferente”. Este homem com mais de 400 livros editados com mensagens e ensinamentos voltados somente para o bem, em certa ocasião escreveu: “... Embora não se possa fazer um novo começo, é possível fazer um novo fim!”
E ainda se formos nos aprofundar em livros de história, física, química ou ciências poderemos citar alguns considerados “não-normais” para as épocas em que viveram: Einstein, Pitágoras, Darwin (evolução da espécie), Aristóteles (a Terra é redonda???), e novamente pergunto: Seriam loucos os gênios? Ou seriam gênios os loucos??
Eu, todavia, possa colocar mais um grão de areia nesse oceano de dúvidas, dizendo que “... Fazemos parte de uma geração entre o conservador e o renovado, fazemos parte de uma geração onde o certo talvez (??) seja o errado...” Portanto, quem sou eu, quem é você, quem é ele, quem somos nós, quem sois vós, quem são eles para poder julgar ou rotular alguém? É óbvio que não se trata de uma apologia à loucura, mas sim um clamor de justiça a quem por falta de um correto adjetivo é simplesmente chamado de Louco...
Faço minhas as palavras da mestra Clarice Lispector: “... Não se preocupe em entender, viver ultrapassa todo entendimento...”
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