quarta-feira, 29 de junho de 2011

"HÁ PESSOAS POBRES, MAS TÃO POBRES, QUE SÓ TÊM DINHEIRO..."

No século XIX, na velha Europa, existia um camponês, conhecido como "o caçador do gênio da lâmpada".
Vivia ele uma rotina: trabalho, simplicidade e a ilusão na procura pelo tal gênio, para que este realizasse seu ganancioso desejo de ficar rico. Após anos e anos de "caçadas" e buscas, chega o dia em que encontra a tão almejada lâmpada mágica soterrada na areia de uma praia afastada. O camponês nem acreditando, ajoelha-se e começa a polir a tal lâmpada esfregando-a repetidamente, até que surge lá de dentro uma nuvem de fumaça azul, trazendo o gênio, que num gesto de submissão assim falou:_ "Sou seu servo, e estou pronto para realizar seu desejo, és o meu senhor".
O camponês radiante, logo respondeu: _ “Te procuro há décadas e meu desejo é um só: ficar rico... muito rico”.
O gênio perguntou se bastavam 10, 100 ou 1000 barras de ouro.O camponês seguidamente gritou:_ “Mil, quero mil barras de ouro!” E o gênio obedecendo, faz surgir as barras desejadas. E se despedindo deixou bem claro em suas palavras: _ “Se um dia desistires da nova vida de riquezas, saiba que eu, somente eu, poderei devolver-lhe a antiga vida de simplicidade que possuías...” E lá vai embora, viajando na nuvem de fumaça azul, até sumir de vista.
“O agora “novo rico” nem agradece, e rindo das palavras do gênio, resmunga:_” Aquela pobre vida nunca mais...
O tempo passa... e o ex-simples camponês possui cada vez mais bens, agora é invejado e alvo de cobiça. Está sempre acompanhado de servidores, ou sócios e até seguranças. Agora é convidado para festas, recepções e chamado de "doutor". O assunto é sempre o mesmo: fortuna, ostentação, investimentos, compras, vendas... ganhar... ganhar! Estar rodeado de pessoas não significa não ser solitário...
E numa manhã chuvosa, na frente do espelho em seu luxuoso palácio, num momento de lucidez, o rico, o doutor, o abastado ex-camponês pergunta a si mesmo:_ “Onde estão meus antigos e bons companheiros, cadê o tempo que eu tinha pra minha família, cadê as palavras sinceras das conversas desinteressadas, cadê os sorrisos verdadeiros?... Cadê minha liberdade? “E colocando uma vestimenta simples, lá foi o camponês, voltar a fazer o que tanto já fizera: procurar o gênio da lâmpada. Pois lembrou-se que o gênio, somente o gênio poderia devolver-lhe a vida de simplicidade e liberdade, de quando acreditava em ilusão!
E pra pensar (e é sempre bom pensar!) reescrevo aqui uma sabedoria árabe citada por Homsi em sua página no "Diário": "A RIQUEZA DO SÁBIO É SUA MENTE, A RIQUEZA DO TOLO SÃO SEUS BENS".

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