sábado, 28 de abril de 2012

Todos buscam o seu espaço


Pais, dexem a criança ser criança; o desenvolvimento é maior

Desde o útero materno, a criança desenvolve o sentido do seu espaço, porém não tem a definição do que ela está tocando. A afirmação é do fisioterapeuta Estevão Mendes.

“Quando ela se mexe, o objetivo é querer entender o que está acontecendo, mesmo não enxergando. Essa percepção de espaço acontece no nascimento, e se porventura o parto é normal, a probabilidade de desenvolvimento da criança é muito maior,” diz Mendes.

O ser humano tem cinco captores principais: pés, olhos, orelha interna, oclusão (dentes e mordida) e pele. “A pele é um dos primeiros captores, pois é a que manda sinais para outros sentidos”, diz Mendes.

A outra parte do desenvolvimento da criança começa com a mudança da posição: rolar, rastejar, engatinhar e andar. “Quem passa por todas essas situações têm maior facilidade de desenvolvimento neuropsicomotor, aumentando a capacidade de entendimento. Isso vai servir para ele enfrentar a vida”, diz.

A criança deve levantar-se com as próprias forças; e quando isso não acontece o pai o pai deve amparar e não estimular a andar, ou seja, colocá-la de pé sem que esteja preparada. Isso pode fazer como que o pequeno desenvolva patologias presentes ou futuras.

As patologias presentes são os problemas causados nas pernas, joelhos e pés, que não estavam com estabilidade suficiente para suportar o peso da criança, podendo deixar as pernas tortas e os pés achatados, acarretando dificuldade de se manter em pé.

Nas patologias futuras, considerando a fase adulta, o ser humano pode desencadear escoliose e outras ‘doenças’.

Nas crianças que não passaram pelas fases estimulantes na escola os captores não responderão corretamente, explica Mendes. Se esses captores não modulam com coerência, a criança fica mais inquieta e não consegue prestar atenção na aula, além de não ter concentração em nada do que faz.

Mendes diz que tanto mais o pais deixarem a criança ser criança (andar descalça, andar e brincar na grama, terra e outros pisos) maior o desenvolvimento. “Essa geração que está vindo fica enclausurada em condomínios, até pelo pouco tempo que os pais têm para dar atenção. Isso deixa a criança inibida, por isso, aconselho deixá-la andar e criar confiança para descobrir o mundo”.

Atualmente, os pais compram videogame ou computador e interrompem as crianças de andar ou fazer outras atividades que podem auxiliá-las no desenvolvimento ou reflexo.

Além disso, é preciso dar mais atenção para os filhos aprenderem a conviver e a dialogar com outras pessoas, tornando os sentidos mais apurados.

Mendes explica que o melhor a fazer para corrigir os erros posturais é praticar atividades físicas. “É claro, os pais não devem forçar uma criança a correr sete quilômetros, mas podem fazer com ela ande dois quilômetros com eles, estimulando a fazer um exercício, o que vai beneficiá-lo”.

A criança precisa ser estimulada a praticar atividades desde os dois anos, e por isso pode começar com a natação para entender os movimentos. Assim, ela começa a buscar o seu espaço e suas possibilidades.

Sobre o tempo passado em frente à televisão é necessário que os pais dosem a hora e igualem o tempo da TV com outras atividades para criar qualidade de vida.

Uma boa opção para os filhos, segundo Mendes, são as colônias de férias, porque ajudam a conhecer e a descobrir situações novas. Agora, se a única opção seja deixar seu filho apenas no computador ou na TC, o jeito é dosar com outras atividades e brincadeiras.

Tudo que é feito em excesso é prejudicial. O pai precisa estimular o filho a ter interesse. Sem força. “A partir do momento que se torna algo forçado, pode trazer prejuízos futuros”, explica.


Obs: Essa minha matéria foi publicada no Jornal da Educação do Diário da Região, no mês de março.

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