 Fonte: Portal Imprensa
Fonte: Portal Imprensa 																	 										Marcelo Tas é um homem inquieto. Ao ser entrevistado pelo  Portal Imprensa, o apresentador do "CQC", da Rede Bandeirantes, não  parou um único segundo na cadeira, enquanto comentava as relações entre  jornalismo e as novas tecnologias. Mas apesar do frenesi corporal, Tas  tem ideias muito claras e posicionamentos firmes sobre o papel do  comunicador na era das redes sociais e sobre a cultura do politicamente  correto. Confira:
REDES SOCIAIS E O "CQC"
Eu tenho certeza que as redes sociais e a resposta que a gente tem pela  web são fundamentais na curta e muito intensa história do programa. O  slogan "o programa da família brasileira", por exemplo, não existia no  "CQC", programa que existe em cinco países. No dia que eu falei isso, o  argentino que inventou o programa me ligou e disse: "Não tem nada a ver!  Por que você falou isso?". Eu mostrei a ele que pela rede a gente  percebe claramente que as pessoas assistem ao programa em família. Pais,  filhos, netos veem juntos o programa e isso a gente descobriu pela  rede. Desde a questão do slogan até as sugestões de "Proteste Já", a  campanha contra o impedimento de entrar no Congresso, tudo isso foi  feito pela web, críticas... há dezenas de exemplo que eu poderia te dar.  No primeiro ano, pegou muito a questão do palavrão. E havia muitas  crianças assistindo ao programa, apesar de não ser recomendável para  menores de 12 anos. Por conta desta respostas do público nas redes  sociais, a gente discutiu este assunto e cortamos os palavrões cabeludos  do programa. Agora, a gente acabou de inventar um quadro "Correndo  Atrás", que são vídeos postados no Twitter de "Proteste já". Vídeos  feitos pela audiência, e o próprio CQC 3.0, que é a continuação do  programa na web.
FUNÇÃO DO JORNALISTA
A hierarquização das notícias é uma coisa necessária. Você precisa ver o  que é mais importante de se saber hoje. É importante a função do   jornalista. Agora ele não pode mais ter a postura de filho de Deus, ou  até de Deus. Não é o mais caso."
NOVA ERA DA COMUNICAÇÃO
Para quem gosta de comunicação, para quem gosta de jornalismo, para quem  tem apreciação por conhecer, por compartilhar, tentar entender junto,  eu acho é uma era fantástica. Talvez a gente só assimile a importância  do que agente está vivendo daqui a pouco. Mas eu acredito que quem tiver  preconceito com isso que está acontecendo, vai perder o melhor da  história. (...) Eu diria que a gente vive o impacto desta chegada nas  televisões. E na indústria do cinema, que viu que a distribuição do  audiovisual já está na rede. O telespectador quer ver o programa na hora  que ele quiser. O que já tinha acontecido no ramo da música. E também  os jornais. Os jornais que acreditavam que o negócio dele é papel e  tinta, agora têm uma oportunidade porque o negócio deles é jornalismo.
JORNAL IMPRESSO
O que eu entendo é o seguinte: o jornal no papel é uma plataforma  apenas. Tem várias outras. Eu tenho filhos de mais de 20 anos, eles nem  saber o que é jornal de papel, mas leem muito jornal, aliás jornais de  outros países.  O jornal mais lido no mundo, o The New York Times tirou o  online do nome. Não tem o The New York Times online. Eles entenderam  que um negócio deles é jornalismo, não importa em qual plataforma.
HARD NEWS
Mudou o conceito de hardnews. Mudou muito, como diz meu amigo Xico Sá "o  furo morreu e nem virou manchete!" [risos]. A gente sabia de um furo no  jornal do dia seguinte. Isso acabou. O furo, graças a Deus, acabou!. No  mundo colaborativo que a gente vive, quem deu primeiro não faz a menor  diferença. Quem deu primeiro que Osama bin Laden estava morto? Pelo que  sei, até que me provem o contrário, foi o vizinho dele que viu os  helicópteros fazendo barulho. Qual a relevância de ter sido o vizinho ou  a CNN, ou The New York Times? Não importa quem deu primeiro, o que  importa, como eu gosta de brincar, é quem dá gostoso, quem dá melhor.
TWITTER
O Twitter é um captador e um espalhador. Eu uso bastante aqui no "CQC". É  uma fonte de busca de assuntos para o programa. E é uma fonte para eu  ouvir o telespectador. E o símbolo dele não deveria ser o pássaro, e sim  uma orelha bem grande.
POLITICAMENTE CORRETO
Me dá uma certa compaixão destas pessoas. Um colunista que se pauta pelo  Twitter, ele está muito sem assunto. Esta pessoa deveria sair mais de  casa, ler livros melhores. Acho muito preguiçosa esta postura de ficar  fazendo crítica a piadas no Twitter. Criticar uma piada, vocês vão me  desculpar, mas é uma burrice. Nós temos jornalistas debatendo piada como  se fosse uma coisa séria. A piada engraçada e a piada que não tem  graça. Se a piada não tem graça, você procure outro comediante, você vai  ler Shakespearte, vai ver um filme do Woody Allen, vai até o Ary  Toledo, o "Zorra Total". Se você não gosta do "CQC" você tem um monte de  opção, não nos assista, não assine o Twitter dos integrantes do  programa. Você tachar uma piada de 140 caracteres de nazista, é uma  atitude muito fascista.
CULTURA DEMOCRÁTICA
A cultura democrática é a convivência do confronto. Aqui no Brasil você  só fala com seus amigos, só fala com quem pensa igual a você. É uma  coisa muita covarde, muito medíocre. No "CQC" compramos brigas muito  grandes contra o racismo, a homofobia. O Bolsonaro é um deputado federal  eleito por 120 mil cariocas, se ele está falando na televisão é porque  tem muitos brasileiros que pensam deste jeito. É ótimo que a gente possa  debater. A democracia para mim é isso.
COBERTURA DO CONGRESSO
É, nós avacalhamos o Congresso? Esta é uma ótima piada [risos]. "O  Congresso era tão perfeito e aí apareceu o ''CQC''". Olha, nós temos um  quadro que é um serviço público, que é o "Controle de Qualidade". A  gente mostra quanto os congressistas estão preparados para votar a pauta  da semana. A gente mostra que o Congresso, na maioria das vezes, não  está preparado.
Se você quiser ver os vídeos com a entrevista, clique aqui.
 
 
 
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