segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A torcida e a imprensa pede Pep Guardiola na Seleção


Eu assino em baixo essa carta do Walter de Mattos Junior, editor e fundador do LANCE! - Ele é um dos maiores conhecedores do futebol e sabe muito bem o que fala. Eu, como torcedor do Brasil, também apoio a vinda de Pep Guardiola para comandar a seleção. 
Uma pelo seu desejo e afirmação de que será campeão caso venha ser treinador do Brasil. Duas, temos técnicos com campeões, no entanto, não com o futebol arte que o espanhol conseguiu colocar no Barcelona.
Está na hora do Brasil, um País que fala em inovar, mudar a cabeça e aceitar as opiniões dos torcedores

O Brasil quer Pep, Sr. Marin. Veja a carta:


Por Walter de Mattos Junior - Editor e fundador do LANCE!

Caro presidente Marin, nos últimos anos, muitas têm sido as divergências deste LANCE! com o comando do nosso futebol. É hora de deixar essas rusgas de lado. Escrevo, não só como editor do Grupo L!, mas principalmente como torcedor. Há momentos em que oportunidades não podem ser desperdiçadas.

Quando a vontade da opinião pública coincide com a razão, seja no esporte, seja na política ou em qualquer outra área, não deve restar dúvida do caminho a seguir. Esta é a situação que vivemos agora.

Em quase todas as enquetes realizadas pela mídia no Brasil, o nome de Pep Guardiola aparece em absoluta liderança. Isso mostra, sobretudo, que o torcedor brasileiro clama por mudanças. Não de nomes, mas de métodos, de filosofia. Mudanças que sejam capazes de resgatar a essência do futebol brasileiro, sua arte, seu talento, seu orgulho, sua capacidade de despertar paixões.
Esse é o desejo das massas.

Entendo a preocupação que o senhor possa ter, presidente, de entregar o comando da Seleção, uma instituição nacional, a um treinador estrangeiro. Mas o senhor tem o respaldo do torcedor para isso. E mais, não será o primeiro. O Brasil aprovou a vinda de Rubén Magnano no basquete. E ele é um argentino. Sim, um argentino que resgatou a autoestima de um esporte em que já fomos líderes e há muito amargávamos fracassos. Situação análoga a que vive o nosso futebol, que em outubro chegou a pior posição do ranking Fifa de sua história.

Não tenho dúvidas de que temos aqui treinadores de respeito. Gente preparada, com histórico de títulos. É compreensível a preferência e até os laços que possam unir membros de sua diretoria a alguns desses nomes. Mas o regime é presidencialista e o senhor é que será cobrado se o Brasil fracassar numa Copa dentro de casa. Sua experiência de político tarimbado certamente lhe dirá que ouvir a voz das ruas, a imprensa e a palavra de quem ama o futebol brasileiro deve ser fundamental nesse processo.

O que, então, presidente, pode pesar contra a vinda de Guardiola?
Ele não conhece os jogadores brasileiros, dizem alguns. E nem o futebol brasileiro, que teria pouco tempo para entender. Mas, como assim, se a maior parte dos que serão convocados jogam na Europa? Pep conhece esses nomes mais do que qualquer treinador que atue aqui. Ele jogava contra eles, dirigia alguns no Barcelona. Além do mais, em quatro dos cinco títulos mundiais ganhos pelo Brasil, os treinadores assumiram a Seleção a menos de dois anos da Copa.

Um técnico como ele custará muito caro, argumentarão outros. Essa, com certeza, não será uma preocupação de Pep. Quando deixou o Barça, foi-lhe oferecido pedir o que quisesse para ficar. Propostas de outros grandes clubes, de seleções poderosas, também não lhe faltam. Mas o que vale é que ele, como disse fonte de sua maior confiança, ouvida por este LANCE!, quer treinar o Brasil (clique aqui para ler a revelação de Guardiola). Sonha ser o técnico da Seleção e promete nos dar o hexa. Além do mais, cá para nós, dinheiro não é problema para uma instituição que tanto arrecada como a CBF.

Caro presidente Marin. O tempo é curto para a Copa. A decisão precisa ser tomada rapidamente. Mas cabe ao senhor ter um olho em 2014 e outro no futuro do nosso futebol. Na revolução que ele precisa, num trabalho que a partir da Seleção principal seja capaz de refletir-se nas categorias de base, no jeito de jogar dos clubes, na maneira de formarmos e lapidarmos nossos talentos.

Desde que assumiu o cargo nota-se o esforço que tem feito para, de alguma forma, imprimir sua marca na gestão do nosso futebol. Agora, o senhor tem a oportunidade de contrariar os céticos que nas últimas 48 horas não se cansam de afirmar que nenhuma mudança pode vir dessa CBF dirigida pelo senhor. Fazer de Pep Guardiola o treinador da Seleção pode ser o seu legado definitivo à transformação de que nosso fut precisa. E, pode ter certeza, a opinião pública estará a seu lado.

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