sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Uma História de Lealdade

(Foto- Hachiko em 1934)
Hoje vou complementar o artigo “Um amor que nunca acaba”, esse título fala sobre o amor dos animais sobre os “homens” e o desprezo de nós com os animais, diante disso vou falar de um filme que eu assisti na semana passada e me emocionou muito.
Fui ao cinema assistir o filme “Sempre ao seu Lado”, com Richard Gere.
Essa história é real e fala sobre a lealdade dos animais, especificamente de um cachorro, cuja raça é “Akita” – Uma raça de origem japonesa.

Os Akitas se adaptam bem a diferentes climas e são excelentes cães de guarda, não ficam latindo sem necessidade ou excessivamente. Ao mesmo tempo que são amorosos com seus familiares, um Akita não hesitará a atacar qualquer estranho que tente entrar na propriedade sem ser convidado ou para defender um membro da família. Recomendo que todos assistam a esse filme, ainda está nos cinemas. (Raça "Akita" foto ao lado)

Todo ano em 8 de abril ocorre uma cerimônia solene na estação de trem de Shibuya, em Tóquio. São centenas de amantes de cães que se reúnem em homenagem à lealdade e devoção de Hachiko, fiel companheiro do Dr. Eisaburo Ueno, um professor da Universidade de Tóquio.
Ta certo que o filme foi todo fantasiado e feito um excelente roteiro, mas pesquisei e vou falar um pouco dessa história que é linda. Hachi foi um cachorro extremamente leal ao seu dono e a história passa na década de 30. O texto a baixo foi impresso no ano de 1933, falando sobre o cachorro.
Mas, quem foi Hachiko? Que houve de tão extraordinário em sua vida para granjear a admiração e o respeito de tantos que assistem a tal reunião de caráter solene? O artigo intitulado "Velho e fiel cão espera pelo retorno do dono por dez anos", publicado na edição do Asahi Shinbun de 4 de outubro de 1933, lança luz sobre estas questões.
O texto impresso fez um registro histórico de uma das mais bonitas, se não, a mais bela e ímpar história de lealdade, fidelidade e incondicional amor de um cão para com seu dono. De tão incrível era a história contada nas entrelinhas do artigo que a atenção de todo o povo japonês se voltaria para ela; nada menos que o mundo acabaria se rendendo a tal registro épico!
Diga-se, de passagem, que a comovente história do Chu-ken Hachiko (o cachorro fiel Hachiko) rendeu um livro e um filme chamado "A História de Hachiko", mas, sobretudo, colaborou sobremaneira para que a reputação da raça se tornasse conhecida e famosa em todo o mundo, além de impulsionar um apaixonado movimento de restauração e preservação da raça Akita em seu país de origem, o Japão.
O nome do protagonista e aspirante ao estrelato da história contada pelo Asahi Shinbun, e que ficou conhecido em todo o mundo, era Hachiko, um cão branco da raça Akita; o coadjuvante, seu próprio dono, o Dr. Eisaburo Ueno.Pode-se dizer que a história toda teve seu início muito antes daquele 4 de outubro de 1933, data em que o artigo veio a público.
O "Era uma vez..." desta história teve seu ponto de partida em novembro de 1923, portanto, exatos dez anos antes. Naquele mês e ano nasceu Hachiko, na cidade de Odate, província de Akita.
Em 1924, Hachiko foi enviado a casa de seu futuro proprietário, o Dr. Eisaburo Ueno, um professor do Departamento Agrícola da Universidade de Tóquio. A história dá conta de que o professor ansiava por ter um Akita há anos, e que tão logo recebeu seu almejado cãozinho, deu-lhe o de Hachi, ao que depois passou a chamá-lo carinhosamente pelo diminutivo, Hachiko. Foi uma espécie de 'amor à primeira vista', pois, desde então, se tornariam amigos inseparáveis!
O professor Ueno morava em Shibuya, subúrbio de Tóquio, perto da estação de trem que levava (e que leva até os dias de hoje) o mesmo nome. Como fazia do trem seu meio de transporte diário até o local de trabalho, já era parte integrante da rotina de Hachiko acompanhar seu dono todas as manhãs. Caminhavam juntos o inteiro percurso que ia de casa à estação de Shibuya. Mas, ainda mais incrível era o fato de que Hachiko parecia ter um relógio interno, e sempre às 15 horas retornava à estação para encontrar o professor, que desembarcava do trem da tarde, para acompanhá-lo no percurso de volta a casa.
Entretanto, algo de trágico estava para acontecer no dia 21 de maio de 1925 — mal se sabia, mas, reescrevia-se ali um novo desfecho para a história. Hachiko, que na época tinha pouco menos de dois anos de idade, à hora certa, lá estava na estação como de costume, pacientemente (e de rapinho abanando!) à espera de seu dono. Só que o professor Ueno não retornaria naquela tarde de 21 de maio; sofrera um derrame fatal na Universidade que o levara a óbito. Destarte, ainda que alheio da realidade, naquele dia o leal e fiel Akita esperou por seu dono até à madrugada.
Após a morte do professor Eisaburo Ueno, conta a história que seus parentes e amigos passaram a tomar conta de Hachiko. Mas, tão forte e inexpugnável era o vínculo de afeto para com seu amado dono — lealdade, fidelidade e incondicional amor levados ao extremo —, que no dia seguinte à morte do professor ele retornou à estação para esperá-lo. Retornou todos os dias, manhã e tarde à mesma hora, na incansável esperança de reencontrá-lo, vê-lo despontar da estação de Shibuya. Às vezes, não retornava à casa por dias!
Foi assim dez anos seguidos repetindo a mesma rotina (quiçá, já não tão feliz), razão pela qual já era uma presença familiar e pitoresca para o povo que afluía à estação. E ainda que com o transcorrer dos anos já estivesse visivelmente debilitado em conseqüência de artrite, Hachiko não se indispunha a ir diária e religiosamente à estação. Nada nem ninguém o desencorajava de fazer sua peregrinação!
A história tem seu triste clímax em 8 de março de 1935, quando aos 11 anos e 4 meses, Hachiko é encontrado morto no mesmo lugar na estação onde por anos a fio esperou pacientemente por seu dono, onde durante dez anos se tinha mantido em vigília.
Hachiko, como não poderia deixar de ser, tornou-se um marco, um referencial de amizade talvez jamais igualável em qualquer era anterior ou futura na história. Sua descomunal lealdade e fidelidade receberam o reconhecimento de todo o Japão. Em 21 de abril de 1934, praticamente um ano antes de sua morte, uma pequena estátua de Hachiko, feita de bronze pelo famoso artista japonês Ando Teru, foi desvelada em sua honra numa cerimônia perto à entrada da estação de Shibuya, local onde morreu. Era a memória de Hachiko sendo imortalizada.
Durante a 2ª Guerra Mundial, para aplicar no desenvolvimento de material bélico, todas as estátuas foram confiscadas e derretidas, e, infelizmente, entre elas estava a de Hachiko.
Após a guerra Hachiko foi duramente esquecido; todavia, como toda história que se preze precisa ter um final feliz, em 1948 a The Society For Recreating The Hachiko Statue — entidade organizada em prol da recriação da estátua de Hachiko — convidou Ando Tekeshi, o filho de Ando Teru (escultor da estátua original), para esculpir uma nova estátua. Até os dias de hoje a réplica encontra-se colocada no mesmo lugar da estátua original, em símbolo de um tributo à lealdade, confiança e inteligência de uma raça, a Akita. (Foto ao lado-Memorial de Hachiko)
Todos que passam pela estação de Shibuya, em Tóquio, podem ver e comover-se com a imponente estátua de Hachiko, erguida em sua memória, eternizando a história de paixão e lealdade incomparável desse cão por seu dono. A efígie, esculpida em bronze e que repousa sobre um pedestal de granito, ergue-se como uma silenciosa prova do lugar ocupado pelos Akitas na história cultural e social do Japão.
A estação de Odate, em 1964, recebeu a estátua de um grupo de Akitas; anos mais tarde, em 1988, também uma réplica da estátua de Hachiko foi colocada próxima a estação. [Fotos — À direita, "Jovem Hachiko e seus amigos". Escultor: Zenichiro Aikawa, nascido em Akita. À esquerda, "Estátua de Hachiko na estação de Odate, Akita Prefecture". Escultor: Yoshio Matsuda, nascido em Akita]
A história de Hachiko atravessa anos, passa de pai para filho, sendo até mesmo ensinada nas escolas japonesas - no início do século para estimular lealdade ao governo, e, na atualidade, para exemplificar e instilar o respeito e a lealdade aos anciãos. Apesar de Hachiko ter sido um cão, deixou uma grande lição de vida 'animal' para todo bom amigo.
Na atualidade, viajantes que passam pela estação de Shibuya (provavelmente o ponto de encontro mais popular em Shibuya) podem comprar presentes e recordações do seu cão favorito na Loja "Shibuya No Shippo" (ou "Tail of Shibuya"), localizada no Memorial de Hachiko.
Hachiko foi empalhado (para conservar-lhe as formas) e submetido à substâncias que o isentam de decomposição, e o resultado deste maravilhoso processo de conservação está agora em exibição no Museu de Artes de Tóquio.
Quase setenta anos decorreram desde a morte do Chu-ken Hachiko, mas ele nunca será esquecido! A história por detrás da estátua de bronze perpetua-se no tempo, e continua esquentando os corações da população local e de turistas do mundo inteiro.
Fonte: Sites, Filme Hachiko Monogatari, Filme Sempre ao Seu Lado e livros on-line.

10 comentários:

wcastanheira disse...

Uma bela matéria, inteligentes textos, gostei daqui tb, amigo pisciano, somos irmãos em DEUS e irmão em signo, um abraço do Castanha

Ju Fuzetto disse...

Nossa adorei seu blog, um espaço muito legal....obrigada pela visita em meu blog!

Esse filme é demais!!!!


Parabéns pelo texto!!

"Animais são anjos, de patas"

Tiburciana disse...

Parabéns pela escolha do tema do post...
Adoro pessoas que sabem amar os animais, acho que por que amo demais tbem.
Bjos

Tata Ribeiro disse...

Adorei a matéria.
Muito bom ver pessoas utilizando estes espaços como blogs, páginas, para expressar assuntos realmente importantes.

Beijocas, voltarei mais vêzes!

railer disse...

bacana, não sabia dessa história toda.

feliz 2010! aos poucos tou visitando de novo os blogs amigos! que bom que gostou das metas lá no figura220! coloque em prática!

Jacque disse...

Oi, irmão de aquário! Eu adorei essa história! Também tenho um apreço mais que especial pelos animais, que nos amam incondicionalmente. Eu adorei tenho blog! Já estou seguindo! Vá conhecer o Poética, será um prazer tê-lo por lá!

Um beijo!

Rafael Cotrim disse...

Adoro animais. pqpq *-*

- rafasonehara disse...

Que historia emocionante..
isso que é fidelidade e amor msmo!!
Minha tia tem uma Akita e é verdade eles não latem sem necessidade mesmo.

e pode deixar Frank eu vou sorrir pro mundo e tomara que ele sorria pra mim tbm!!
Beijooos
:*

Kenia Soares disse...

Eu amo historias de animais e os mesmos.
São HONRADOS E LEAIS, isso é raro na raça humana.

Julie disse...

Que bom q nas minhas noites insones eu me permito vagar pela blogsfera e me é permitido encontrar blogs interessantes e de qualidade.

Adorei a matéria (o filme tbm é demais), mas sou suspeita p falar pq sei muito bem o q significa 'fidelidade canina'. Adorei o blog tbm.

Parabéns! Vc conseguiu outra seguidora! Bjks

Juliana Fernandes